Cuidados na Internação
O paciente não deve ser internado com alterações clínicas.
Caso haja, comunicar o setor de Internação para avaliação
prévia pelo médico anestesista;
O jejum pré-operatório é o preparo mais importante para
a segurança do paciente. Siga rigorosamente estas orientações:
Líquidos
sem resíduos |
Quantidade
máxima: 100 ml Água, chá sem açúcar, suco de caixinha (somente sabor maçã ou maracujá), suco natural (somente de laranja e não pode conter gominhos). Os sucos devem ser oferecidos diluídos: sendo 50 ml de suco + 50 ml de água. NÃO PODE ser ofertada bebida à base de soja e água de coco, em hipótese nenhuma. |
Até
duas horas antes do procedimento |
Leite
materno |
Atenção: Aleitamento materno exclusivo. NÃO PODE ser complementado com leite artificial, fórmula ou leite animal, em hipótese nenhuma. |
Até
quatro horas antes do procedimento |
Leite
animal, artificial ou fórmula |
Oferecer o leite puro.
NÃO adicionar engrossantes, mucilagens, achocolatados, açúcar
ou café. NÃO PODE ser ofertada bebida à base de soja, em hipótese nenhuma. |
Até
seis horas antes do procedimento |
Refeição
leve (lanche) |
Quantidade máxima:
100 ml água, chá sem açúcar, suco de caixinha
(somente sabor maçã ou maracujá), suco natural (somente
de laranja não pode conter gominhos). Os sucos devem ser oferecidos diluídos: sendo 50 ml de suco + 50 ml de água. NÃO PODE ser ofertada bebida à base de soja, em hipótese nenhuma. Ofertar 2 biscoitos maria OU 2 biscoitos maizena OU 4 biscoitos de polvilho (doce ou salgado). |
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Refeição
completa, Dieta Enteral* ou Via Gastrostomia* |
Refeição consumida habitualmente como café da manhã, almoço ou jantar. Bebidas a base de soja (sucos ou leite), espessantes, engrossantes, achocolatados/diet ou suplementos. |
Até
oito horas antes do procedimento |
Confira algumas perguntas e respostas e acabe com o medo da anestesia
O que é anestesiologia?
É a especialidade médica que estuda e proporciona ausência
de dor ao paciente que necessita realizar procedimentos médicos, como
cirurgias ou exames diagnósticos.
O que faz o anestesiologista?
Durante a cirurgia, além da função natural de retirar a
sensação de dor para que o ato seja suportável ao ser humano,
o médico anestesiologista tem a missão de monitorar o estado geral
do paciente, seu nível de consciência, pressão arterial,
pulso, respiração, estando sempre atento a qualquer alteração.
É por isso que o anestesiologista é chamado de “anjo da
guarda”.
Deve-se suspender o uso de medicações usadas regularmente?
O médico anestesiologista, durante a consulta, vai orientá- lo
sobre os medicamentos que serão suspensos ou mantidos antes da cirurgia.
Existem algumas medicações que deverão ser suspensas até
dez dias antes do procedimento, por aumentarem o risco de sangramento, e outras,
como as medicações para asma, que devem ser tomadas inclusive
no dia da cirurgia mesmo em jejum, com pequenos goles de água. No entanto,
somente o médico anestesiologista poderá dar essas orientações
específicas.
Por que é necessário manter a criança em jejum?
Os alimentos que engolimos, líquidos ou sólidos, não entram
nas vias respiratórias porque dispomos de mecanismos de defesa que fecham
sua entrada, fazendo com que eles se dirijam ao estômago. Durante a anestesia,
esses mecanismos de defesa são perdidos e, na eventualidade de ocorrer
vômito, o alimento poderá entrar nas vias respiratórias
e provocar complicações pulmonares muito graves. Portanto, não
permita que seu filho coma ou beba qualquer coisa, siga as orientações
de seu médico anestesiologista.
Se a cirurgia for de urgência e meu filho acabou de se alimentar?
Nesses casos existem métodos que podem reduzir bastante o risco de aspiração
de alimentos para o pulmão. O cirurgião é ciente desse
risco e apenas indicará a cirurgia, nessas condições, quando
julgar ser absolutamente necessária.
Na consulta pré-anestésica é feito algum “teste”
para anestesia?
Não existe “teste” de anestesia, nem mesmo teste para identificar
alergias antes da anestesia. A avaliação pré-anestésica
é, de fato, um exame médico dirigido por meio da coleta de dados
da história clínica e exame físico específico para
as necessidades do ato anestésico-cirúrgico.
É possível que meu filho seja submetido a uma anestesia
sem nenhum exame laboratorial prévio?
Crianças saudáveis, sem uso de medicações diárias,
que serão submetidas a pequenas cirurgias, não necessitam de exames
pré-operatórios. Porém, somente o cirurgião e o
anestesiologista, após examinarem o paciente, são capazes de definir
a necessidade de exames laboratoriais conforme as características individuais.
Qual o risco de uma anestesia?
O avanço tecnológico, propiciando novas medicações
e equipamentos de monitorização, assim como estudos e pesquisas
clínicas, tornaram a prática moderna da anestesiologia muito mais
segura do que no passado, reduzindo imensamente os riscos de acidentes ou complicações
decorrentes da anestesia. É claro que o risco nunca é zero, existem
fatores, algumas vezes imponderáveis, relacionados não só
à anestesia, mas à própria cirurgia, às condições
hospitalares e à condição clínica da criança,
que podem repercutir num maior risco anestésico-cirúrgico.
Qual o tipo de anestesia que meu filho irá receber?
Os pacientes pediátricos na maioria das vezes precisam receber anestesia
geral, que pode variar de uma sedação (em exames diagnósticos)
até uma anestesia profunda (procedimentos cirúrgicos), que proporciona
que o paciente fique totalmente inconsciente e sem dor durante a cirurgia. Frequentemente
em pediatria associamos a anestesia geral a alguma técnica de bloqueio
loco-regional, que pode ser de uma peridural até uma simples infiltração
de anestésico local. Essas técnicas irão garantir ausência
de dor no pós-operatório.
Costumamos ouvir que a anestesia para crianças é só
um “cheirinho”. Essa é uma anestesia mais simples e com menores
riscos?
O “cheirinho” nada mais é do que o anestésico em forma
de gás, inalado junto com a respiração. Essas medicações
são as mesmas empregadas na maioria das anestesias dos adultos.
O que é a indução anestésica?
A indução anestésica é o início da anestesia
e acontece dentro da sala de cirurgia ou sala de exame. A indução
pode ser inalatória, quando o anestésico é administrado
por meio da respiração, ou venosa, pela administração
de medicações na veia. Inicialmente, o anestésico inalado
pode gerar adocicamento da boca e sensação de bem-estar, as crianças
podem dar risadas nesse período. Após alguns minutos, o efeito
do anestésico inalatório pode desencadear uma agitação
psicomotora, com movimentos involuntários por poucos minutos e depois
uma rápida perda da consciência, ou seja, adormecimento.
Quanto tempo dura a anestesia?
Nas cirurgias com anestesia geral, o avanço tecnológico e farmacêutico
permite que o médico anestesiologista proporcione ao paciente uma anestesia
com a mesma duração da cirurgia. O que torna possível que
o paciente acorde somente ao final da operação.
O que é a sala de recuperação?
Ao fim da cirurgia, a criança será encaminhada à sala de
Recuperação Pós-Anestésica (RPA), onde será
observada de maneira contínua por pessoal qualificado, para garantir
que todos os efeitos relacionados com a anestesia administrada tenham terminado
e, também, evitar ou tratar possíveis complicações.
O que meu filho irá sentir depois da anestesia?
Depende da idade, da personalidade, da cirurgia, do tipo de anestesia e das
condições de saúde da criança. Com a maioria das
anestesias, as crianças não sentem e não se lembram de
nada depois, muitas vezes, querem até brincar ou se alimentar no pós-operatório
imediato. Apenas um pequeno número de crianças apresenta algum
tipo de reação após a anestesia, sendo mais frequente em
crianças pequenas, que muitas vezes não sabem explicar ou não
entendem o que estão sentindo. Essas crianças podem apresentar
irritação, agitação ou choro inconsolável,
mas na maioria dos casos não é necessário nenhuma medicação
para tratamento.
O que as crianças podem beber e comer depois da cirurgia e anestesia?
Nos casos onde não existem restrições alimentares no pós-operatório,
o ideal é aguardar até que a criança demonstre ter fome.
Nesse momento deve-se oferecer um líquido sem gordura (água, chá,
suco de fruta ou até gelatina). Após a ingestão, aguardar
de 10 a 15 minutos para avaliar se a criança não irá apresentar
náuseas e vômitos. Esses sintomas podem ocorrer depois da anestesia
e cirurgia. Não havendo nenhum desconforto após a ingestão
de líquidos, pode-se liberar aos poucos a dieta habitual da criança.
Como podemos colaborar para uma anestesia tranquila e segura em nosso
filho?
Em primeiro lugar, seja honesto com a criança, conte a verdade sobre
a anestesia e cirurgia, procure uma linguagem que ela possa compreender.
Mentir nunca ajuda, gera situações inesperadas, ansiedade e muitas
vezes a ruptura dos laços de confiança entre pais e filhos. Seu
filho precisa do seu apoio e sinceridade.
Por que é importante a presença dos pais com o filho antes
e após acabar a cirurgia?
Diversos estudos comprovaram que a presença de um dos pais acompanhando
a criança no momento inicial da anestesia, ou seja, na indução,
traz benefícios à criança. Portanto, a presença
de pais calmos ajuda a aumentar a colaboração de seus filhos,
diminui a ansiedade das crianças, assim como reduz os riscos de agitação
e alterações de comportamento ao despertar da anestesia.